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ROGER

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Rogério Afonso, cinquenta e cinco anos feitos há pouco, saiu de Baião aos onze para trabalhar numa Adega e mercearia de um conhecido do pai. Naquele dia enevoado de um Fevereiro bastante rigoroso, o frio entranhava-se nos ossos e os dentes mais pareciam castanholas. Na paragem da camioneta, que como sempre nunca cumpria o horário dava uma última olhadela para a aldeia que o viu crescer, que ficava um bom bocado abaixo do nível da estrada e ia ouvindo os concelhos da mãe que foi a única a vir despedir-se dele, ela e o Fredy, cão arraçado de pastor que nunca o largava. - Tem cuidado a atravessar as ruas, olha bem para os dois lados antes de o fazeres e vê lá as amizades que arranjas, olha que eles lá na cidade são todos uns sabichões, recomendava a mãe. Praticamente não tinha dito nada aos amigos, não havia nada a comemorar, na verdade a sensação estranha que sentia era um vazio enorme e a resignação pelo castigo que lhe estavam a infligir. Adorava o cheiro do campo, jogar à bo